Acho que não preciso explicar nada.
Olá Kel.
Segue abaixo a minha história baseada nos seus dados. Sei que demorei um pouco, mas não foi desprezo pela sua proposta, muito pelo contrário, queria fazer uma coisa bacana que me agradece e à você.
Espero que goste.
Beijo grande.
José
Sob Nova Direção
Como um filme. Uma comédia romântica com trilha sonora bacana e tudo. Início de faculdade. Uma menina em seus primeiros passos de mulher. Rapaz maduro, cheio de encantos, mas com uma paixão mal resolvida no passado. Encontro casual, olhares que se cruzam. Corações que aceleram. Passam-se os dias. Vários bate-papos, depois conversas longas ao telefone, depois encontros fora da faculdade, depois beijos e mais beijos apaixonados, depois noites e juras de amor. Desta vez vai ser diferente, diziam. Tudo conforme o roteiro. Tudo segundo os ditames do diretor Amor. Então chegou o momento do conflito. Não é você, sou eu, disse ele. E partiu. Filmagens paralisadas e nada de final feliz. Um dia eles se reencontraram. Nada de casualidade. Resolveram assumir a direção do filme e deixaram o Amor como produtor. Retomaram as filmagens que não têm previsões de encerramento.
Escrito por Kel às 12:32
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Realidades
Lembra de, ainda menina, servir ao velho pai. Estatura miúda, cabelos desgrenhados, mas uns olhos de farol, que poucas crianças tinham, faziam toda a diferença na pequena Soraia. Na verdade, o pai era seu ente mais querido dentre todos da família de 4 membros, contando com ela. A afeição de ambos era mais que justificada: seu pai era, na verdade, pai e mãe, coisas de família moderna.
Depois de um dia de trabalho, o que seu Arlindo mais queria era chegar em casa, tomar um banho e abraçar os filhos – Soraia e Rubens. Quando o tempo estava mais frio, o velho pai tomava banho, sentava-se no sofá e com os braços cruzados de quem faz força para se esquentar pedia à filha. “Traga meus pés de palhaço”. Soraia nem esperava o restante da frase e corria até o quarto dos pais. Lá no criado mudo encontrava o par de meia e corria de volta. Calçava os pés do pai com tanto gosto que este, depois de tê-los cobertos pela lã fininha, descruzava os braços e agarrava a pequena no colo. Beijava-lhe a face e aconchegava-a no colo. Soraia nessas horas esquecia-se do mundo. Na verdade, seu mundo era apenas aquele momento.
***
Já crescida, Luana rompeu com tudo que lhe pudesse impor limites. Pai, mãe, irmão, entes nem tão queridos. “Que se fodam!”. Saía de casa na sexta e voltava na segunda à noite, quando voltava. No começo saía para a farra com as amigas, com os amigos. Vez ou outra com ambos e em algumas sozinha. Era voltar e preparar os ouvidos para uma enxurrada de reclamações, advertências e impropérios. Só não estava na rua de vez porque a mãe impedia o pai de jogá-la com mala e cuia para fora de casa. “Ninguém me compreende, só você”. De uns tempos pra cá arranjou um namorado, que jura de pés de juntos amar. E ama. À sua maneira torta. De vez em quando tem vontade de reatar com o pai. Mas logo volta atrás “Que se foda”. E sai de novo.
Escrito por Kel às 16:51
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